Ementa

INDICA AO CHEFE DO PODER EXECUTIVO QUE SE DIGNE DE ENVIAR PROJETO DE LEI NO SENTIDO DE DENOMINAR O MUSEU A SER CONSTRUÍDO NA PRAÇA DOM JOSÉ TUPINAMBÁ DA FROTA DE “MUSEU JOSÉ ALFREDO SILVA”, EM HOMENAGEM A JOSÉ ALFREDO SILVA (IN MEMORIAM), PELA DEDICAÇÃO À PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA DA HISTÓRIA DE MARCO.

Justificativa

José Alfredo Silva, conhecido como Mestre Zé Alfredo, marquense de nascimento e de coração, nasceu de família humilde na Localidade Santa Rosa, aos 29 de agosto de 1921. Filho de agricultores, Alfredo Dias Silva, que atuou por muito tempo como Juiz de Paz na Comarca de Marco, e Rita Júlia Silva. Desde muito cedo, ainda na juventude, tomou gosto pela leitura e criou amor pela cultura e pela educação, sendo esta a sua opção de vida. Estudou as primeiras letras com as professoras Maria José Neves (D. Zezinha) e Maria Ceci Neves (D. Ceci) e com o respeitável professor José Helvécio Silveira. Sempre em busca de educação, mesmo na fase adulta, nos idos de 1940, continuou seus estudos no Colégio Ricardo Neves, tendo como professor o Sr. Teobaldo Moreira. Concluída a fase primária de seus estudos, persistiu e tornou-se autodidata, adquirindo, apesar das dificuldades de acesso ao material, os livros de que necessitava por meio do serviço postal, procurando sempre ampliar seus conhecimentos. Em 1946 voltou ao banco escolar, matriculando-se na escola Antônio Benjamim Cavalcante, também na cidade de Marco. Em 1949 tornou-se professor do Educandário São Manoel, onde lecionou até 1959, sob direção dos vigários Pe. Apoliano e Pe. Egberto, ganhando a alcunha de Mestre..Zé..Alfredo, nome pelo qual ficou conhecido por toda sua vida. De 1960 a 1963 lecionou na comunidade Araras, levando a educação à zona rural de Marco, sob patrocínio dos Senhores Francisco Solon Neves, Miguel Francisco Moreira e José Teófilo da Rocha. Foi locutor da paróquia São Manoel e contribuiu com artigos noticiosos para os jornais O Povo e Gazeta de Notícias. Casou-se em 1955 com Maria Socorro Rocha, também marquense, que, igualmente, tornou-se professora, filha de Miguel Clodoaldo Rocha e Maria Conceição Rocha, deixando 11 (onze) filhos, todos orientados para o estudo. Afastado das salas de aula a partir de 1964, porém sem deixar de lado seus próprios estudos, trabalhou, como escriturário, nas indústrias de produção de cera de carnaúba e de beneficiamento da castanha do caju, mas por pouco tempo, assim retornando à área da educação, sua opção de vida, quando da criação do Ginásio São Manoel, atualmente Colégio Cenecista São Manoel, desta feita prestando serviços na secretaria do colégio, sob coordenação, à época do então Pe. Waldir Lopes de Castro, já falecido. No Colégio Cenecista São Manoel permaneceu até aposentar-se, aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade.
Desse período em diante, José Alfredo Silva passou a dedicar seu tempo, integralmente, àquilo pelo que teve paixão: o estudo das raízes de sua terra natal, a cidade de Marco, de povoado a vila, de pequeno a importante município da zona norte do Estado Cearense. Pesquisou suas origens, sua colonização, suas famílias. Enfim, sua história, o que foi a sua devoção na vida. De suas pesquisas, escreveu, contando com a valorosa parceria da Secretaria de Educação do Município de Marco, à época comandada pelo Sr. Parsifal Silva Neves, o livro “A breve história do Município de Marco”, publicado em 2002, pela editora do Instituto de Pesquisas sobre o Desenvolvimento do Estado do Ceará – INESP, realizando seu grande objetivo e confirmando sua crença: “A educação foi minha opção de vida. Estudar o Marco foi minha devoção na vida”.
Faleceu aos 07 de dezembro de 2016, deixando um grande legado de exemplo de cidadania e de amor à terra natal.
Pelos motivos acima expostos, far-se-ia justa a denominação por parte do Poder Executivo do museu a ser construído na Praça Dom José Tupinambá da Frota, no Centro da Cidade, de “Museu José Alfredo Silva”.